Aos sete anos, o menino Arlindo Cruz ganhou o primeiro cavaquinho. Empolgado com o instrumento, esperava ansioso o pai chegar do trabalho para aprender a tocar. Aos doze já tirava muitas canções de ouvido, e, como seu irmão, Acyr Marques, aprendia violão. Entrou para a escola Flor do Méier, onde estudou teoria, solfejo e violão clássico por dois anos. E já nessa época começou a trabalhar profissionalmente como músico, fazendo rodas de samba com vários artistas, inclusive Candeia. Com ele, gravou seus primeiros discos, um compacto simples, pela gravadora Odeon, e um LP chamado Roda de Samba (hoje encontrado em CD). Em ambos tocou cavaquinho. Ao completar 15 anos foi estudar em Barbacena, Minas Gerais, na escola preparatória de Cadetes do Ar, mas não abandonou a música. Cantava no coral da escola.
Ganhou festivais em Barbacena e Poços de Caldas. Quando deixou a Aeronáutica, passou a frequentar a roda de samba do Cacique de Ramos. Ia todas as quartas-feiras, aprender ao lado de Jorge Aragão, Beth Carvalho, Beto sem Braço, Ubirany e Almir Guineto. Outros jovens seguiam o mesmo caminho, entre eles, Zeca Pagodinho e Sombrinha – que viria a ser seu parceiro. Logo no primeiro ano de Cacique, teve doze canções gravadas por vários intérpretes. A primeira delas foi “Lição de Malandragem”. Depois vieram outros sucessos, como “Grande Erro” (Beth Carvalho), “Novo Amor” (Alcione) e outros. Com a saída de Jorge Aragão do Fundo de Quintal, Arlindo Cruz foi convidado a participar do Grupo. Foram, então, 12 anos de trabalho. Neste período, gravou com muitos artistas do pagode e deu as canções “Seja sambista também”, “Só Pra Contrariar”, “Castelo Cera, “O Mapa da Mina” e “O serjão!” ao Fundo de Quintal.
Zeca Pagodinho gravou “Bagaço de Laranja”, “Casal Sem Vergonha”, “Dor de Amor”, “Quando eu te vi Chorando”. Beth Carvalho regravou “Jiló com Pimenta”, “Partido Alto Mora no meu Coração”, “A Sete Chaves”. Reinaldo gravou “Pra ser Minha Musa” e “Onde Está”. Arlindo Cruz saiu do Fundo de Quintal em 1993 e começou um carreira solo, logo depois fez parceria com Sombrinha. Anos depois se casou com a porta bandeira Babi Cruz e com ela teve dois filhos, Arlindo Neto e Flora. A partir de meados da década de 90, Arlindo passou a concorrer nas eliminatórias de samba enredo de sua escola de samba do coração: o Império Serrano.
A primeira vitória foi em 1996, no enredo “E verás que um filho teu não foge à luta”. Arlindo emplacaria o hino imperiano também no ano seguinte, mas a escola acabou caindo para o Grupo de Acesso A. Arlindo ainda venceria na Serrinha em 1999, 2001 – samba que ganhou o Estandarte de Ouro do jornal O Globo, 2003, 2006 e 2007. Arlindo concorreu em 2008 pela primeira vez em outra escola. Ele venceu na Grande Rio no enredo “Do Verde de Coarí Vem Meu Gás, Sapucaí!”. Desde que começou a disputar nas eliminatórias, Arlindo Cruz já venceu oito vezes. Além de ter ganho na Vila Isabel e de ter encomendado, duas vezes na Leão de Nova Iguaçu.
Hoje em dia Arlindo prossegue em carreira solo, da Madureira do Império Serrano e do Pagode do Arlindo, das rodas de partido-alto de quartas à noite e domingos à tarde na quadra do bloco carnavalesco Cacique de Ramos. Em meados de 2009, é lançado o DVD e CD duplo MTV ao Vivo Arlindo Cruz (Deckdisc).
Em 2015, ganhou o 26º Prêmio da Música Brasileira na categoria Melhor Cantor de Samba.[1]
Em 17 de Março de 2017, o cantor sofre um acidente vascular cerebral. O estado de saúde do cantor é grave, porém estável. O fato ocorreu quando o cantor e compositor se preparava para viajar a São Paulo, onde faria um show na Cidade de Osasco, com seu filho, no projeto “pagode 2 Arlindos”.